Automação e Inteligência Artificial em meio a Pandemia

Mabel Guimarães
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A automação de atividades, que vem se tornando cada vez mais conhecida de todos, neste momento de crise mundial, pode auxiliar alguns setores a não erradicar suas funções por completo, mesmo que seus funcionários estejam em quarentena.

Justamente por dar a possibilidade de atuação remota através da inteligência artificial (que é similar a humana, porém exibida por softwares/mecanismos), algumas empresas conseguem manter a sua produção, ainda que não se mantenha a quantidade, porém, não encerra por completo suas atividades por período indeterminado.

Daniel Bell, sociólogo americano atuante na Universidade Harvard, chega a dizer, em seu livro “The Coming of Post-Industrial”, em 1973, que a mudança vivida é semelhante ao que se passou na Revolução Industrial. Assim, a Revolução Digital conquistou o topo dos planos estratégicos dos principais CEOs no mundo, com a introdução de novas tecnologias disruptivas, com a aplicabilidade de big data, inteligência artificial (IA), nuvem (cloud computing), machine learning, internet das coisas (IoT), blockchain.

Embora o termo no momento seja este, é importante avultar que não é meramente digital, mas comportamental. Isto é, não estamos falando apenas de uma migração dos sistemas analógicos para os digitais, mas sim em uma alternação no comportamento, no que tange a cultura, postura, relações humanas e organizacionais.

Estamos falando de promover a implementação de recursos tecnológicos em um negócio. Ou seja, é a utilização de ferramentas e soluções tecnológicas com o intuito de simplificar e agilizar os processos internos. Hoje, na realidade de todos os trabalhadores formais houve uma permuta para a realização de suas atividades “home office”, o que fez levantar alguns questionamentos de cunho econômico. Assim, as empresas que empreendem exclusivamente mediante automação de sistemas, devem estar aproveitando este momento para refletir (robôs nunca fizeram tanto sentido como agora).

Em entrevista ao site The Growth Op, Jay Evans é o CEO da Keirton Inc., uma empresa de engenharia agrícola e design, com foco em cânhamo e lúpulo, afirma que o lúpulo e a Cannabis são plantas muito semelhantes, mas que não demorou muito para que a demanda na indústria da Cannabis ultrapassasse o setor de cervejas artesanais. Seus produtos agora processam cerca de três milhões de quilos de maconha legal a cada ano. A empresa está sediada nos arredores de Vancouver, mas também possui uma fábrica no estado de Washington, uma das regiões que, até agora, foi a mais atingida pelo COVID-19.

De acordo com CEO, a maior parte desse processamento é feita por suas máquinas, que removem as folhas e os caules e separam a flor em questão de segundos, reduzindo drasticamente a necessidade de humanos manipularem a planta e também o número de funcionários necessários no processo. “Você não se preocupa com nenhum tipo de contaminação do produto durante a automação”, diz Evans. “Os clientes estão recebendo algo que teve pouca interação humana.”

Insta esclarecer ainda, que, se analisarmos nosso período Histórico, é de conhecimento as batalhas que a humanidade já enfrentou quando se fala no assunto Pandemia. Um exemplo clássico e bastante conhecido é a peste bubônica, uma das mais dizimadoras, ocasionando a morte de 25 milhões de pessoas ao longo do século XIV, sendo, portanto, sem dúvidas, a maior válvula propulsora de inovações pro mundo, havendo necessidade de reformulação dos sistemas existentes como os de segurança, saúde e economia.

Assim, retornando ao período atual, a tecnologia desenvolvida e conhecida, nos possibilita outras formas de trabalho, sem a necessidade do contato físico direto, tendo em vista à existência de teletrabalho, trabalho remoto, continuidade de alguns serviços, que se dão através de algum tipo de automação. A promessa do RPA (Robotic Process Automation) para saúde, hoje, vem a ser a mais popular de todas em tempos de crise.

Para viabilizar toda essa evolução moderna, alguns fatores já são apontados como integrantes necessários: aumento de produtividade; digitalização das mercadorias; dados que moldam produtos; previsão das linhas de produção e customização em grande escala. No entanto, essa composição preenche -se em três grandes campos que podem coexistir ou não, a depender do objetivo final, quais sejam, a automação robótica de processos (RPA), Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning.

Contudo, pontos estratégicos precisam ser seguidos, desenvolvidos, pensados e testados. Ou seja, não é apenas levar a automação para todos os pontos, ela precisa ser abalizada e bem como, os negócios já existentes precisam esboçar novos caminhos para sua adequação.

Estamos falando em teleaulas, atendimento médico, advocacia, consultoria jurídica, vendas, corretagem, publicidade, dentre outras atividades. A indústria em geral tem uma gama de possibilidades de muitas atividades serem realizadas de forma remota, dando continuidade a geração e circulação da economia.

De acordo com estudo realizado pelos membros do Young Entretpreneur Council, até 2025, 40% dos empreendimentos tradicionais podem deixar de existir por causa da incapacidade de se alinhar à era digital. Esse percentual, hoje, pode ser muito maior ante a pandemia vivida. É preciso se reinventar, adaptar e sobreviver.

Fonte: Jusbrasil
URL: https://mabelguimaraes.jusbrasil.com.br/artigos/827561757/automacao-e-inteligencia-artificial-em-meio-a-pandemia