Fechada a 1ª operação de opção de compra de energia via derivativo do mercado brasileiro

O setor elétrico vem refinando este tipo de operação financeira.

A XP Comercializadora fez um movimento de vanguarda no mercado de energia nacional. E a expectativa dos executivos é de que o novo produto financeiro ajude a aumentar a liquidez das negociações de compra e venda de energia elétrica, atraindo novos perfis de investidores a este tipo de operação.¹

O negócio foi fechado bilateralmente, com a comercializadora Gold. E a mencionada operação teve todos os parâmetros de mercado bem definidos, como volume negociado, data de liquidação, travas e preço de exercício.

Em detido sumário, revela-se uma opção de compra de 5 megawatts (MW) médios ao longo de 2023, com base no PLD (preço do mercado de curto prazo de energia/ mercado spot), em uma operação que perfaz o giro de aproximados de 7,5 milhões de reais.

Como bem definido para os conhecedores da seara, o produto em questão promoveu um blend dos instrumentos de opção e derivativo.

Além disso, outro upside ficou por conta de que o referido produto prescinde de registro na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que é responsável pela “notarização” dos contratos de energia, de maneira global.

O setor elétrico vem refinando uma série de conceitos afetos ao mercado financeiro, mas ainda há um hiato a ser preenchido, que se relaciona justamente a questão da liquidez.

A tendência é que a abertura progressiva do mercado livre, em linha com o que vem sendo gestado no Ministério de Minas e Energia, torne essas operações mais constantes e sofisticadas. 

O marco inicial deste acontecimento remonta ao início dos anos 2020, especialmente com o crescimento e consolidação do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE). Foi um significativo avanço em pouquíssimo tempo.

¹  Informação amplamente debatida na grande mídia com notória repercussão (âmbito público)